domingo, 17 de junho de 2012

Socialistas são favoritos no 2º turno da eleição parlamentar na França

A França abriu seus colégios eleitorais às 8h deste domingo (17) (3h, no horário de Brasília) para o segundo turno das eleições parlamentares que devem garantir maioria absoluta de deputados para o bloco do recém-eleito presidente socialista François Hollande.

As últimas pesquisas da campanha, encerrada na sexta-feira (15), davam ao Partido Socialista e seus aliados o favoritismo.

A oposição fazia um último apelo por votos, pedindo que a população não desse um "cheque em branco" para o governo, que está prestes a conseguir uma concentração inédita de poderes no país.

A margem é ligeiramente maior do que a prevista pela enquete do instituto OpinionWay, segundo a qual o PS terá, junto com seus aliados radicais, entre 295 e 330 cadeirasPesquisa do instituto Ipsos aponta que os socialistas terão entre 284 e 313 deputados na próxima Assembleia Nacional, na qual a maioria absoluta é garantida com 289 assentos.

Isso representaria uma superioridade vantajosa para implantar seu programa eleitoral para tentar a retomada do crescimento econômico.

"Os franceses devem compreender que se a esquerda conquistar todos os poderes no domingo seria como entregar-lhes um cheque em branco válido por cinco anos", disse na sexta-feira o secretário-geral da conservadora UMP, Jean-François Copé ao jornal conservador "Le Figaro".
O presidente da França, François Hollande, dá entrevista nesta quinta-feira (14) em Roma (Foto: AFP)

A reta final da campanha esteve centrada, no entanto, em uma polêmica de coluna social, depois que a primeira-dama, Valérie Trierweiler, apoiou pelo Twitter o candidato que enfrenta a ex-mulher do presidente François Hollande, a socialista Ségolène Royal.

A mensagem em favor de Olivier Falorni alimentou o debate público e fez com que os olhares se voltassem para a cidade de La Rochelle, onde as enquetes preveem que o socialista ganhará com 55% dos votos, dez pontos percentuais a mais do que seu rival.
Montagem mostra os candidatos Ségolène Royal e Olivier Falorni (Foto: AFP)

Nas eleições, está em jogo também a manutenção, no governo, dos ministros que decidiram se apresentar ao pleito, já que o chefe de governo, Jean-Marc Ayrault, avisou que aqueles que não consiguirem uma cadeira deverão abandonar seus cargos.

A hipotética entrada da ultradireitista Frente Nacional (FN) na câmara após 25 anos de ausência será outra incógnita deste fim de semana. Segundo as últimas pesquisas, a legenda deve conseguir de uma a cinco cadeiras.

Na FN, Marion Marechal-Le Pen, neta do fundador e sobrinha de seu atual presidente, desponta, aos 22 anos, como a mais bem situada na região de Vaucluse.
A candidata da Frente Nacional Marion Marechal-Le Pen faz campanha nesta sexta-feira (15) em Carpentras, sul da França (Foto: AP)

Não menos importante continua sendo a margem de abstenções, nessa que é a quarta ocasião em que os franceses são chamados às urnas em um mês.

No primeiro turno das legislativas houve uma abstenção de mais de 42,77%, superior aos 39,6% que não foram às urnas na mesma fase das eleições parlamentares de 2007.