quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Justiça autoriza desbloqueio de bens de ex-mulher de Cachoeira


Andréa Aprígio teve contas bloqueadas após suspeitas de que atuaria na lavagem de dinheiro da quadrilha do contraventor




A empresária Andrea Aprígio presta depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira (Wilson Dias/ABr)

Por cinco votos a um, a 2ª Seção do Tribunal Regional Federal da 1ª Região determinou nesta quarta-feira o desbloqueio das contas bancárias da empresária Andréa Aprígio, ex-mulher do contraventor goiano Carlinhos Cachoeira. Os bens de Andréa e a movimentação de duas contas suas foram congeladas em março após suspeitas de que ela atuaria na quadrilha do ex-marido lavando recursos arrecadados com atividades criminosas.

Segundo o Ministério Público, a ex-mulher de Cachoeira foi utilizada em um esquema de lavagem de dinheiro para que os recursos da quadrilha pudessem ter uma aparência de legalidade. Para isso, teria simulado empréstimos da empresa BET Capital, apontada nas investigações como uma das empresas fantasmas do bicheiro. Andréa Aprígio nega irregularidade.

Para a defesa da empresária, sócia majoritária do laboratório Vitapan – empresa de que fez parte também Carlinhos Cachoeira – “não há um só indício ligando Andréa às supostas atividades de jogo ilegal e crimes imputados a Carlos Cachoeira e a outros réus denunciados”.

Andréa é tratada, conforme os advogados, como “hipotética parceira de crimes”, mesmo sem comprovação da origem ilícita de seus bens. "O Imposto de Renda é absolutamente compatível com a vida dela. Sua renda vem da Vitapan e de suas atividades. Ela é advogada e engenheira. Cachoeira é um caso passado, como em muitas situações de divórcio", disse o advogado Paulo Sérgio Leite Fernandes ao negar que ela tenha envolvimento com as atividades ilícitas comandadas pelo ex-marido.

No início de agosto, em depoimento à CPI do Cachoeira, Andréa Aprígio havia dito serem infundadas as acusações de que mantém em seu nome empresas de fachada e bens do contraventor. Ao explicar na ocasião os rendimentos da companhia farmacêutica Vitapan, ela informou que "o crescimento da empresa foi suportado com a sua própria geração de caixa". Não respondeu, no entanto, as suspeitas de que a companhia era usada para lavar dinheiro.