sábado, 13 de abril de 2013

Venezuelanos vivem há uma década sob rígido controle de câmbio Sistema criado por Chávez gera perdas e desabastecimento, dizem críticos. Governo defende rigidez e culpa inimigos pela crise econômica.

 
Dólar e bolívar: Venezuela vive sob sistema de
câmbio controlado pelo governo
(Foto: Paula Ramón/G1)

Na semana em que o presidente venezuelano Hugo Chávez perdeu a batalha contra o câncer e morreu, apenas um dos cinco hospitais com tratamento oncológico operava com normalidade. Em três, incluindo um infantil, os médicos se limitavam a redirecionar pacientes por falhas em equipamentos, e um trabalhava parcialmente.

Há uma década, a Venezuela vive sob um sistema de câmbio controlado pelo governo que, após um demorado e lento trâmite burocrático, outorga divisas para importação de bens ou turismo. Num país onde 80% dos alimentos e a maior parte dos bens consumidos são importados, esse sistema tem impacto diário no cotidiano do país.

O sistema foi implementado por Chávez em 2003, logo após ter sobrevivido a um golpe de Estado e a mais de dois meses de greve do setor petroleiro.

O objetivo, no começo, era impedir a fuga de capitais. Embora no primeiro ano a medida tenha surtido efeito, um estudo do banco Barclays revelou que, a partir de 2004, o país perdeu anualmente, em média, US$ 20 bilhões.

O caminho para a obtenção de dólares é a Comissão de Administração e Divisas (Cadivi), que define diversos procedimentos, dependendo de quem solicita.

São frequentes as reclamações de empresários pedindo maior rapidez na entrega de dólares, cuja demora gera enormes distorções na economia do país. A Venezuela sofre há anos com desabastecimento e com dificuldades para importar leite a peças de reposição de equipamentos médicos, como os usados em hospitais de câncer

.