Enviado da ONU cobrou atuação maior da China nos esforços pelo fim do conflito na Síria. Chanceler chinês respondeu que saída passa por via política

Lakhdar Brahimi reconhece que sua missão de paz para a Síria é uma tarefa árdua (Amr Abdallah Dalsh/Reuters)
O enviado especial das Nações Unidas (ONU) e da Liga Árabe para a Síria, o diplomata argelino Lakhdar Brahimi, expressou nesta quarta-feira sua esperança de que a China tenha “um papel maior” nos esforços pelo fim do conflito que assola o país árabe. "A China pode ter um papel ativo na resolução dos eventos na Síria', declarou o mediador.
Entenda o caso
• Na onda da Primavera Árabe, que teve início na Tunísia, sírios saíram às ruas em 15 de março de 2011 para protestar contra o regime de Bashar Assad.
• Desde então, os rebeldes sofrem violenta repressão pelas forças de segurança, que já mataram milhares de pessoas no país.
• A ONU alerta que a situação humanitária é crítica e investiga denúncias de crimes contra a humanidade por parte do regime.
Leia mais no Tema 'Guerra Civil na Síria'
Em visita à China, Brahimi reuniu-se com o chanceler Yang Jiechi, para quem a "única saída realista é resolver o problema através de canais políticos". Yang Jiechi disse que a soberania síria deve ser respeitada e que o futuro do país deve ser determinado por seus cidadãos.
Aliados de Bashar Assad, China e Rússia têm vetado sanções contra a Síria no Conselho de Segurança da ONU.
"A comunidade internacional deve cooperar plenamente e apoiar os esforços de mediação do enviado Brahimi com um sentido mais intenso de urgência e responsabilidade", disse Jiechi, depois do encontro com Brahimi. Ele ainda pediu, segundo informações da imprensa local, que a comunidade internacional tome medidas no sentido de formar um governo de transição no país.
Leia também: Síria: Rússia e China barram missão da ONU e sanções
Mais tarde, em resposta a Brahimi, o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores chinês , Hong Lei, assinalou que a “China teve um papel importante e positivo" na busca de uma solução para a situação na Síria. “Continuaremos juntos com a comunidade internacional para buscar uma solução pacífica, justa e adequada”, acrescentou.
Trégua - Brahimi negociou uma trégua de quatro dias entre as forças do governo e os rebeldes, durante a celebração da Festa Muçulmana do Sacrifício (Eid al-Adha), mas o período de cessar-fogo, entre sexta e segunda-feira, foi marcado por mais violência no país. A ponto de o próprio mediador reconhecer o fracasso de sua iniciativa.
Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, 36.000 mortes foram registradas desde o início dos conflitos no país, em março do ano passado. Desse total, 25.667 eram civis – a ONG opositora considera civis também os que pegaram em armas para combater as tropas do regime de Assad.
(Com Agência France-Presse, Reuters e EFE)
Lakhdar Brahimi reconhece que sua missão de paz para a Síria é uma tarefa árdua (Amr Abdallah Dalsh/Reuters)
O enviado especial das Nações Unidas (ONU) e da Liga Árabe para a Síria, o diplomata argelino Lakhdar Brahimi, expressou nesta quarta-feira sua esperança de que a China tenha “um papel maior” nos esforços pelo fim do conflito que assola o país árabe. "A China pode ter um papel ativo na resolução dos eventos na Síria', declarou o mediador.
Entenda o caso
• Na onda da Primavera Árabe, que teve início na Tunísia, sírios saíram às ruas em 15 de março de 2011 para protestar contra o regime de Bashar Assad.
• Desde então, os rebeldes sofrem violenta repressão pelas forças de segurança, que já mataram milhares de pessoas no país.
• A ONU alerta que a situação humanitária é crítica e investiga denúncias de crimes contra a humanidade por parte do regime.
Leia mais no Tema 'Guerra Civil na Síria'
Em visita à China, Brahimi reuniu-se com o chanceler Yang Jiechi, para quem a "única saída realista é resolver o problema através de canais políticos". Yang Jiechi disse que a soberania síria deve ser respeitada e que o futuro do país deve ser determinado por seus cidadãos.
Aliados de Bashar Assad, China e Rússia têm vetado sanções contra a Síria no Conselho de Segurança da ONU.
"A comunidade internacional deve cooperar plenamente e apoiar os esforços de mediação do enviado Brahimi com um sentido mais intenso de urgência e responsabilidade", disse Jiechi, depois do encontro com Brahimi. Ele ainda pediu, segundo informações da imprensa local, que a comunidade internacional tome medidas no sentido de formar um governo de transição no país.
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Mais tarde, em resposta a Brahimi, o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores chinês , Hong Lei, assinalou que a “China teve um papel importante e positivo" na busca de uma solução para a situação na Síria. “Continuaremos juntos com a comunidade internacional para buscar uma solução pacífica, justa e adequada”, acrescentou.
Trégua - Brahimi negociou uma trégua de quatro dias entre as forças do governo e os rebeldes, durante a celebração da Festa Muçulmana do Sacrifício (Eid al-Adha), mas o período de cessar-fogo, entre sexta e segunda-feira, foi marcado por mais violência no país. A ponto de o próprio mediador reconhecer o fracasso de sua iniciativa.
Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, 36.000 mortes foram registradas desde o início dos conflitos no país, em março do ano passado. Desse total, 25.667 eram civis – a ONG opositora considera civis também os que pegaram em armas para combater as tropas do regime de Assad.
(Com Agência France-Presse, Reuters e EFE)