O procurador-geral do Estado, Yehuda Weinstein, indiciou Avigdor Lieberman por abuso de confiança e fraude, mas o inocentou de acusações mais graves
Avigdor Lieberman em coletiva de imprensa em Jerusalém (Gali Tibbon/AFP)
O ministro israelense das Relações Exteriores, Avigdor Lieberman, anunciou nesta sexta-feira sua renúncia, um dia depois de ser acusado por abuso de confiança e fraude. Na quinta-feira, ele avisou que por ora continuaria no cargo, mas tomaria uma “decisão final” após consultar seus advogados e analisar o impacto do caso sobre o público eleitor. "Apesar de que não cometi nenhum crime, decidi renunciar ao meu posto como chanceler e vice-premiê", disse.
A renúncia pode ter um enorme reflexo no cenário político do país, a poucas semanas de uma eleição geral em que o favoritismo é todo da chapa de direita formada pelo Likud, do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, com o Israel Beiteinu (Israel É o Nosso Lar), de Lieberman. A eleição está marcada para o dia 22 de janeiro. Em comunicado, Lieberman acrescentou que pretende limpar seu nome "em breve".
O procurador-geral do Estado, Yehuda Weinstein, apresentou as duas acusações contra Lieberman, mas o inocentou de acusações mais graves de obstrução da justiça e lavagem de dinheiro. Weinstein encerrou um processo sobre enriquecimento ilícito por meio de uma rede de empresas de fachada que realizavam lavagem de dinheiro.
Ele decidiu manter outra investigação, pela qual um assessor legal de Lieberman, Zeev Ben Arieh, já foi condenado a quatro meses de serviços sociais em um acordo fora dos tribunais. Ben Arieh enviou documentação de forma ilegal ao ministro quando atuava como embaixador em Bielorrússia, em 2008. O dossiê continha informações sigilosas sobre um processo que citava Lieberman. O chanceler diz ter jogado o documento fora sem ler.
Deputado desde 1999 e ministro em pelo menos quatro ocasiões desde 2002, Lieberman disse em agosto de 2009 que renunciaria imediatamente se fosse considerado culpado no caso que foi encerrado nesta quinta. Apesar da orientação de seus advogados, opositores políticos pediram a renúncia imediata do chanceler ou sua destituição por Netanyahu.
(Com agência EFE)